24 outubro 2009

Tenho amigos de se contar nos dedos de uma mão. As vezes paro pra pensar se cabe a todos eles a definição de amigos. E também deixo estar porque vivemos num periodo crítico em que Gaia está passando da espiação para a regeneração.
Nós queremos mostrar ao mundo a nossa arte, fruto de uma interpretação de mundo escassa atualmente, ou andam escondendo o jogo. Eu, pelo menos, tenho total confiança na minha interpretação de mundo, é matar um leão por dia pra absorver as visões dos relacionamentos sociais humanos. E sei que é assim também pra alguns desses meus amigos.
Confio e boto a mão no fogo por todos eles, mas não boto pelos outros, nem pelas influências entres eles. Ai já não sei dizer, ou seja.
Fico chateado por isso mas não perco tempo. Já sei que meus melhores amigos estão comigo, e são eles que vão deixar saudades quando se forem, de quem vou me lembrar dos conselhos e de tudo que fizeram por mim.
Tenho amigos esclarecidos, que sabem o que querem e vão atrás. E tenho amigos tão perdidos quanto eu, que não sabem o que querem e não se sentem bem onde estão agora, e buscam desesperadamente mudar o seu contexto. Esses também têm potencial.
Vamos chegar lá sim, quando virarmos de vez esse potencial, que é ofuscado pela carcaça pesada dos defeitos mais mundanos.

" Nenhum navegador jamais havia atravessado aquele canal. Um mar extenso, de bela paisagem natural, deslumbrante, existiam sereias que, com seus cantos suáves e misteriosos, hipnotizavam os navegantes que por lá passavam. E eles se perdiam, se afundavam com elas, se esqueciam da verdadeira jornada, e de seus objetivos. Caiam na graça das sereias, eram dominados por elas.
 Mas um navegador, semideus, foi tentar tal proeza. E foi preparado, seguro de seu objetivo. Ao entrar no canal das sereias, ele pediu para ser amarrado no mastro do navio, e não caiu no encanto das sereias."

Vamos chegar lá sim, quando virarmos de vez esse potencial. Para passar pelo encanto das sereias é preciso se agarrar à alguma coisa.

Um comentário:

  1. Este mito é a metáfora da jornada humana. Nós, que somos menos que deuses, "levemente" humanos, não nos vamos amarrar?

    A ideia do livre arbítrio nunca foi tão indagada por mim. Existe a força da vontade contra as energias e os mistérios do mundo?

    Ou é inevitável abrir os braços e "flutuar" em uma piscina?

    ResponderExcluir