31 outubro 2008

Cinzeiro
Pequeno terreiro
Cinzas do desespero
Uma pitada de amor
Pra melhorar o odor
Ansiedade em perdê-la
Pra depois de novo tê-la
A revolta de uma coisa qualquer.

30 outubro 2008

O boi no seu curral
Ruminando seus próprios rastos
É hora de pular a cerca
E descobrir a vida no pasto

O galo aprendiz tardou
De seu proprio nariz cuidou
Feliz nunca mais cantou
A balança desequilibrou

O cão ama a cadela
De nome e vista bela
Ladra de forma singela
E não nega que a espera

O pinguim sempre ta afim
Construindo sua própria asa
A vida no pólo é assim
Sobrevive quem acha a brasa

Só sei de uma coisa agora
Meu amigo galo foi embora
O pinguim também não demora
Seguimos estrada a fora

De vida terra e mar
E o céu pra nos libertar
Seguimos diante aurora
Construindo novas historias
Para ver onde vai dá.
Chegou Dona Pamonha,
Carregando os camarões.
Suas roupas amassadas,
Rasga saia molhada.
Mas por aqui nós a amamos,
Sua fumaça imponente guia
Certa mente que não se abria
A guardiã dos portões
Dona Pamonha e seus camarões.
O dia nasce como se tivesse pressa
Dando corda a quem vai navegar
Seu som é livre, colorido
Mas seus arranjos podem variar

Eu prefiro a noite onde tudo resta
O que não brilhava antes que agora brilhe
A lua sabe conduzir a orquestra,
E o ciclo se fecha nas águas do mar.
O que é esperar?
Esperar pelo que?
Se a gente espera é porque tem um sonho
que pode ou não acontecer.

Se a esperança é a ultima que morre
O sonho é a contemplação.
Então não temo a morte
Nos meus sonhos de ressurreição.